O Reino Unido prepara um acordo de comércio livre com o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG). A euronews falou com Simon Penney, Comissário do Comércio do Reino Unido para o Médio Oriente e Cônsul Geral de Sua Majestade para o Dubai e os Emirados do Norte.
euronews: “Por que razão é tão importante cimentar as relações comerciais no Conselho de Cooperação do Golfo ?"
Simon Penney: “O Conselho de Cooperação do Golfo é o terceiro maior mercado de exportação global do Reino Unido fora da União Europeia, depois dos Estados Unidos e da China. Em muitos aspetos, trata-se de uma base muito forte sobre a qual estamos a construir a nossa relação comercial para o futuro. Essa relação comercial valia mais de 40 mil milhões de libras pouco antes da pandemia. Diz respeito a vários setores e indústrias importantes para o Reino Unido e para a transformação económica em curso aqui no Golfo”.
euronews: “Suponho que essa relação comercial se tenha tornado ainda mais importante desde que o Reino Unido saiu da União Europeia”?
Simon Penney: “Sim. Dá-nos um maior grau de independência e a capacidade de traçarmos o nosso próprio futuro com a região do Golfo, no Médio Oriente. Estamos a preparar um acordo de comércio livre com o Conselho de Cooperação do Golfo".
euronews: “Em que ponto está esse Acordo de Comércio Livre? Porque é que é tão importante?"
Simon Penney: “Estamos a realizar uma consulta com todas as partes interessadas na nossa futura relação comercial com o Conselho de Cooperação do Golfo. Começámos no final do ano ado e concluímos essa consulta em Janeiro. Atualmente, estamos a trabalhar com os nossos anfitriões do Conselho de Cooperação do Golfo e a analisar como será o nosso mandato para entrar em negociações ainda este ano”.
euronews: “Os EAU são o vigésimo maior parceiro comercial do Reino Unido. As cadeias de abastecimento foram muito afetadas nos últimos dois anos por causa da Covid-19?"
Simon Penney: “Uma coisa que a Covid-19 tornou vísivel, em todos os países, em todo o mundo, foi o nível de interligação e dependência em relação a abastecimentos essenciais. Em particular, aqui, no Golfo, os abastecimentos essenciais são coisas como alimentos e medicamentos. Mas penso que é justo dizer que o Golfo e os Emirados Árabes Unidos em particular reagiram muito bem para assegurar a manutenção das cadeias de abastecimento. Tudo o que se ou levou-nos a refletir, no Reino Unido e em todos os países com que lidamos sobre o futuro das cadeias de abastecimento. Uma parte da questão prende-se provavelmente com a redução da dependência de uma única fonte e com a necessidade de repartir essa dependência com um número mais vasto de parceiros. Não é surpreendente que estejamos a analisar com todos os nossos parceiros do Golfo e do Médio Oriente as modalidades dessas futuras cadeias de abastecimento ao nível das nossas relações bilaterais".
euronews: “Ao longo dos anos, o Dubai mudou imenso. Qual é a posição do país como destino de negócios e centro empresarial global"> Segmento publicitário apresentado por