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Caça legal em África, uma questão de negócio

Caça legal em África, uma questão de negócio
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A caça legal em África é um negócio a sério, pelo menos a julgar pelos números. De facto, habituados a ouvir histórias que envolvem a caça ilegal de

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A caça legal em África é um negócio a sério, pelo menos a julgar pelos números.

De facto, habituados a ouvir histórias que envolvem a caça ilegal de espécies protegidas é fácil pensar que estamos perante um mundo onde predomina a ilegalidade e lucro fácil. No entanto, há países africanos que implementaram sistemas que oferecem um enquadramento legal a esta atividade.

Tudo começa na associação entre luxo e caça, algo a que apenas turistas abastados têm o. Mas como funciona o negócio?

Existem companhias que oferecem pacotes dependendo do tipo de troféu que o caçador pretende trazer para casa. Por exemplo, para a empresa Luxury Hunts (www.luxuryhunts.com) um safari de 10 dias para caçar um leão pode alcançar 50 mil dólares norte-americanos (45 mil euros). Taxas governamentais e isco para os animais terão que ser pagos à parte.

Uma vez caçado o animal há que prepará-lo para o transporte para casa. Por exemplo, a preparação de uma cabeça de elefante poderá alcançar 25 mil dólares (ou 22,600 euros) segundo a Graham Sales Safaris (grahamsalessafaris.com). Um babuíno fica muito mais em conta pois vale apenas 100 dólares (90 euros). A acrescentar a isto acrescem ainda os custos de transporte.

Em África os principais mercados para este tipo de atividade são a África do Sul, a Namíbia e o Zimbabwé. Aqui os regulamentos são detalhados e abrangem desde a área até ao tipo de armas e categorias de animais que podem ser caçados.

No entanto, seja legal ou ilegal, a caça de animais de grande porte é sempre uma questão polémica. Os adeptos da prática defendem que colocar um preço nos animais constitui um incentivo à preservação das espécies pois promove a proteção dos habitats naturais, evita a caça furtiva e ajuda a controlar os números.

O caçador e proprietário da empresa Bullet Safaris, Nathan Askew, afirma na sua página na internet, “estes animais têm um preço sobre a sua cabeça e isso não é mau. O sistema funciona porque cria valor para estes animais. Tudo o que tem valor tende a ser preservado e assim estes animais pagam-se a si próprios.”

Para os conservacionistas, nada justifica a caça, legal ou ilegal, de animais. Seja como for, ao olharmos para a situação de outros países que proibiram esta prática reparamos que se verificou uma aceleração no declínio de certas espécies. O Quénia é um bom exemplo pois desde que a caça regulada foi proibida em 1977 o declínio de algumas espécies ultraou os 70%. Apesar de protegidos legalmente, a ausência de medidas efetivas de cumprimento das leis acabou por ter efeitos muito negativos sobre a vida selvagem.

Este é precisamente o argumento avançado por Laurence Franck, do grupo de conservação “Living With Lions” com sede no Quénia. “O insucesso do protecionismmo tornou-se evidente porque os profissionais da caça deixaram de organizar operações contra a caça furtiva”, afirma.

A revista Smithsonian publicou em 2011 um relatório que minimiza os ganhos económicos e ambientais da caça comercial de animais de grande porte. O relatório foi produzido pela União Internacional para a Conservação da Natureza e defende que feitas as contas, os ganhos para os países são negligenciáveis. A solução, de acordo com o relatório, seria uma outra abordagem. Em vez de matar animais, os turistas deveriam optar por tirar fotografias. Assim, de acordo com os autores, “este turismo fotográfico” iria gerar 39 vezes mais emprego e rendimentos em comparação com a caça no sentido mais tradicional.

Mais informações em: http://www.smithsonianmag.com/travel/should-trophy-hunting-of-lions-be-banned-155657735/#KmI531ybGurlS87a.99

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