{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2018/09/27/crise-dos-rohingyas-no-bangladesh" }, "headline": "Crise dos Rohingyas no Bangladesh", "description": "O Bangladesh acolhe cerca de um milh\u00e3o de refugiados Rohingyas, que fugiram do Myanmar, onde s\u00e3o perseguidos.", "articleBody": "Unchiprang \u00e9 um acampamento improvisado para mais de 23 mil Rohingyas, em Teknaf, no sul de Bagladesh. No ano ado n\u00e3o existia. H\u00e1 um ano, 720 mil Rohingyas foram for\u00e7ados a fugir para o Bangladesh, na sequ\u00eancia de uma ofensiva militar no Myanmar. Hoje, cerca de um milh\u00e3o de rohingyas vivem em acampamentos oficiais ou misturados com a comunidade local. Para a minoria mu\u00e7ulmana do Myanmar, o \u00eaxodo do ano ado n\u00e3o foi o primeiro, mas foi o maior. Uma fuga \u00e0 viol\u00eancia sentida no pa\u00eds, que, de acordo com as Na\u00e7\u00f5es Unidas, pode a vir resultar num genoc\u00eddio. Ningu\u00e9m sabe realmente quantos Rohingyas morreram. Mais de 24 mil, estima um relat\u00f3rio independente de pesquisadores internacionais. \u00c9 dif\u00edcil ter a certeza, As autoridades do Myanmar n\u00e3o permitiram a entrada de uma miss\u00e3o das Na\u00e7\u00f5es Unidas e pro\u00edbem qualquer pessoa de investigar no Estado de Rakhine, o lar dos Rohingyas por gera\u00e7\u00f5es. \u0022Eu venho de Tula Toli. Vi soldados a matar pessoas e lan\u00e7\u00e1-las para um lago, a violar mulheres. Por isso, fugi\u0022, conta Syrayul Hoq, refugiado no Bangladesh, depois de a sua aldeia ter sofrido um massacre. No Bangladesh, os refugiados encontraram um ambiente pac\u00edfico e assist\u00eancia b\u00e1sica. No entanto, vivem em campos superlotados, constru\u00eddos \u00e0 pressa para lidar com a crise de refugiados que mais cresce no mundo. Uma situa\u00e7\u00e3o para a qual a Uni\u00e3o Europeia, um dos principais doadores do campo, j\u00e1 alertou a comunidade internacional. Daniela d'Urso trabalha no Gabinete de Ajuda Humanit\u00e1ria da Comiss\u00e3o Europeia e defende que \u0022os refugiados t\u00eam o a \u00e1gua, abrigo, o a alimentos. No entanto, precisam de educa\u00e7\u00e3o, precisam de prote\u00e7\u00e3o, precisam de oportunidades para subsistir. Permanecem ap\u00e1tridas e sem estatuto legal no pa\u00eds, o que os impede de andar livremente entre os campos. N\u00e3o podem trabalhar, nem receber uma educa\u00e7\u00e3o adequada \u0022. Basta andar pelo acampamento para vermos o que foi feito, mas os sinais de estarmos perante uma crise humanit\u00e1ria s\u00e3o evidentes. o a \u00e1gua e saneamento est\u00e3o entre os principais desafios. A Organiza\u00e7\u00e3o N\u00e3o-Governamental (ONG) sa Solidarit\u00e9s International \u00e9 especialista no combate aos problemas causados pela \u00e1gua contaminada. \u0022N\u00e3o h\u00e1 surtos de doen\u00e7as. At\u00e9 agora as coisas est\u00e3o sob controle e dessa forma contribu\u00edmos para um melhor ambiente de sa\u00fade p\u00fablica. Agora estamos preocupados com a resili\u00eancia da infraestrutura, por isso estamos a trabalhar no sentido de torn\u00e1-la sustent\u00e1vel a m\u00e9dio prazo e para lidar com a chegada cont\u00ednua dos refugiados \u00e0 regi\u00e3o\u0022, revela Reda Bendahmane, coordenador do campo de Unchiprang O Bangladesh apelou \u00e0 comunidade internacional para aumentar a press\u00e3o sobre Myanmar de forma a garantir a repatria\u00e7\u00e3o dos Rohingyas. Mas os refugiados mu\u00e7ulmanos recusam-se a voltar sem garantias. Syrayul Hoq n\u00e3o hesita em exigir: \u0022Queremos justi\u00e7a pelo genoc\u00eddio que estamos a sofrer. Queremos que o governo de Myanmar nos reconhe\u00e7a como cidad\u00e3os, sen\u00e3o n\u00e3o voltaremos. N\u00e3o queremos ficar nestes abrigos de lona, mas queremos ser reconhecidos\u0022 ", "dateCreated": "2018-09-26T19:16:02+02:00", "dateModified": "2018-09-27T11:20:23+02:00", "datePublished": "2018-09-27T11:20:20+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F03%2F34%2F17%2F06%2F1440x810_cmsv2_a29c672b-c75b-5542-b6cc-0e8ddb4f32a2-3341706.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "O Bangladesh acolhe cerca de um milh\u00e3o de refugiados Rohingyas, que fugiram do Myanmar, onde s\u00e3o perseguidos.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F03%2F34%2F17%2F06%2F432x243_cmsv2_a29c672b-c75b-5542-b6cc-0e8ddb4f32a2-3341706.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Crise dos Rohingyas no Bangladesh

Crise dos Rohingyas no Bangladesh
Direitos de autor 
De Euronews
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

O Bangladesh acolhe cerca de um milhão de refugiados Rohingyas, que fugiram do Myanmar, onde são perseguidos.

PUBLICIDADE

Unchiprang é um acampamento improvisado para mais de 23 mil Rohingyas, em Teknaf, no sul de Bagladesh. No ano ado não existia. Há um ano, 720 mil Rohingyas foram forçados a fugir para o Bangladesh, na sequência de uma ofensiva militar no Myanmar. Hoje, cerca de um milhão de rohingyas vivem em acampamentos oficiais ou misturados com a comunidade local.

Para a minoria muçulmana do Myanmar, o êxodo do ano ado não foi o primeiro, mas foi o maior. Uma fuga à violência sentida no país, que, de acordo com as Nações Unidas, pode a vir resultar num genocídio. Ninguém sabe realmente quantos Rohingyas morreram. Mais de 24 mil, estima um relatório independente de pesquisadores internacionais. É difícil ter a certeza, As autoridades do Myanmar não permitiram a entrada de uma missão das Nações Unidas e proíbem qualquer pessoa de investigar no Estado de Rakhine, o lar dos Rohingyas por gerações.

"Eu venho de Tula Toli. Vi soldados a matar pessoas e lançá-las para um lago, a violar mulheres. Por isso, fugi", conta Syrayul Hoq, refugiado no Bangladesh, depois de a sua aldeia ter sofrido um massacre.

No Bangladesh, os refugiados encontraram um ambiente pacífico e assistência básica. No entanto, vivem em campos superlotados, construídos à pressa para lidar com a crise de refugiados que mais cresce no mundo. Uma situação para a qual a União Europeia, um dos principais doadores do campo, já alertou a comunidade internacional.

Daniela d'Urso trabalha no Gabinete de Ajuda Humanitária da Comissão Europeia e defende que "os refugiados têm o a água, abrigo, o a alimentos. No entanto, precisam de educação, precisam de proteção, precisam de oportunidades para subsistir. Permanecem apátridas e sem estatuto legal no país, o que os impede de andar livremente entre os campos. Não podem trabalhar, nem receber uma educação adequada ".

Basta andar pelo acampamento para vermos o que foi feito, mas os sinais de estarmos perante uma crise humanitária são evidentes. o a água e saneamento estão entre os principais desafios.

A Organização Não-Governamental (ONG) sa Solidarités International é especialista no combate aos problemas causados pela água contaminada.

"Não há surtos de doenças. Até agora as coisas estão sob controle e dessa forma contribuímos para um melhor ambiente de saúde pública. Agora estamos preocupados com a resiliência da infraestrutura, por isso estamos a trabalhar no sentido de torná-la sustentável a médio prazo e para lidar com a chegada contínua dos refugiados à região", revela Reda Bendahmane, coordenador do campo de Unchiprang

O Bangladesh apelou à comunidade internacional para aumentar a pressão sobre Myanmar de forma a garantir a repatriação dos Rohingyas. Mas os refugiados muçulmanos recusam-se a voltar sem garantias. Syrayul Hoq não hesita em exigir: "Queremos justiça pelo genocídio que estamos a sofrer. Queremos que o governo de Myanmar nos reconheça como cidadãos, senão não voltaremos. Não queremos ficar nestes abrigos de lona, mas queremos ser reconhecidos"

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Maioria absoluta para Hasina no Bangladesh

Ilha da discórdia é novo lar de refugiados

UE promove cooperação entre população e refugiados no Bangladesh