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As crianças sem horizonte do maior campo de refugiados do Médio Oriente

As crianças sem horizonte do maior campo de refugiados do Médio Oriente
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De Anelise Borges & Francisco Marques
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A Euronews entrou no campo de refugiados de Zaatari, na Jordânia, junto à fronteira com a Síria, e foi recebida por Aysar, um potencial futebolista de quase seis anos

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Zaatari, campo de refugiados na Jordânia, junto à fronteira com a Síria. Mais de meio milhão de sírios já terão ado por este centro de acolhimento de pessoas em fuga de um conflito em curso desde 2011.

A Euronews teve autorização para visitar este campo. A jornalista Anelise Borges teve oportunidade de testemunhar um parto.

Mais uma vida. Mais um refugiado. Mais uma criança longe da vida que se pensaria ser normal para o desenvolvimento digno de um ser humano.

No meio de uma crise tantas vezes sublinhada pelo número de mortos, já estimado em mais de 400 mil desde o início do conflito há quase oito anos, testemunhámos o nascimento de Farah, cujo nome significa "alegria" em árabe. É o bebé número 10.627 no campo de Zaatari.

Num momento de aparente normalidade após um parto, o médico revela-nos que Farah tem quatro quilos. É uma bebé grande, nascida na segurança possível de Zaatari, o maior campo de refugiados do Médio Oriente.

Mais de 60 mil sírios optaram por permanecer aqui, no primeiro local em que se sentiram comum mínimo de segurança após cruzarem a fronteira para a Jordânia. Mais de metade destes "residentes" no campo de Zaatari serão crianças.

Uma delas é Aysar Waseem Ryabi. Ele não tem qualquer memória da Síria. Não nasceu em Zaatari, mas ou a maior parte dos seus quase seis anos de vida no lado jordano da fronteira.

Aysar aceitou mostrar à Euronews como é a vida no campo de Zaatari. Com a ajuda do irmão gémeo, Amir, e de uma câmara de filmar.

Assumindo o curioso papel de realizador, Aysar pediu a Amir para fingir estar a brincar com um gato. O irmão encarnou o melhor possível o personagem pedido pelo realizador improvisado.

Perguntámos a Aysar como era o seu dia-a-dia.

"Levanto-me de manhã, tomo o pequeno almoço e vou brincar um pouco para o parque de jogos. Depois volto para casa e descanso um pouco antes de voltar a sair para ir jogar futebol. Depois, unto-me ao meu irmão e jogo um pouco mais à bola", descreve-nos o nosso pequeno anfitrião em Zaatari.

A atividade preferida de Aysar é fácil de perceber. Adora jogar futebol. "Estou sempre a jogar", sublinha.

Aysar, Amir e os amigos bem podem ter agora um atempo preferido em Zaatari.Mas perspetivas de futuro?... De momento, não existem!

A larga maioria das crianças sírias só tem duas realidades: crescer em zonas de conflito ou viver na pobreza, deslocadas de casa.

Esse stresse e trauma prolongados podem afetar-lhes o cérebro e prejudicar ao longo da vida o desenvolvimento de uma inteira geração.

Organizações Internacionais têm vindo a fazer soar os alarmes.

No campo de Zaatari, a Unicef associou-se a Organizações Não Governamentais (ONG) e a voluntários sírios para criar "zonas seguras" onde as crianças possam simplesmente ser crianças.

Nestes espaços são organizadas atividades extracurriculares, como pintura ou jogos, para ajudar as crianças com as ferramentas necessárias ao desenvolvimento de resiliência.

Um dos voluntários ligados à Unicef explica-nos que "esta é a forma das crianças poderem chegar a um nível em que podem desenvolver a capacidade de satisfazer as próprias necessidades e a adaptarem-se a quaisquer condições."

"Pode ser difícil, mas espero que as experiências que estão a viver as venham a ajudar a serem mais tolerantes", deseja Hussein Al-Qassem.

Mais de metade dos refugiados em todo o mundo são crianças. São mais de 13 milhões as que estão atualmente deslocadas e, em muitos casos, privadas dos direitos mais básicos de um ser humano.

Será que, após o silêncio das armas, estas crianças vão poder fazer-se ouvir? O que terão a dizer? Que histórias terão para partilhar? Irá ser um grito por ajuda? Ou irá ser uma história feliz?

O futuro para estes meninos e meninas é ainda muito incerto.

Outras fontes • Unicef

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