{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2021/05/31/plano-de-recuperacao-e-resiliencia-e-oportunidade-unica-para-o-ambiente-diz-comissario-eur" }, "headline": "Plano de Recupera\u00e7\u00e3o e Resili\u00eancia \u00e9 \u0022oportunidade \u00fanica\u0022 para o ambiente, diz comiss\u00e1rio europeu", "description": "O comiss\u00e1rio europeu para o Oceano, Ambiente e Pescas, Virginijus Sinkevi\u010dius, falou com a Euronews sobre o que est\u00e1 a Uni\u00e3o Europeia a fazer para atingir os objetivos clim\u00e1ticos e manter a competitividade.", "articleBody": "A Uni\u00e3o Europeia (UE) e o resto do mundo veem-se for\u00e7ados a avan\u00e7ar rapidamente para combater as altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas e a polui\u00e7\u00e3o. O comiss\u00e1rio europeu para o Ambiente, Oceano e Pescas, Virginijus Sinkevicius, falou com a Euronews sobre o que est\u00e1 a UE fazer para garantir o cumprimento dos objetivos clim\u00e1ticos e assegurar a competitividade.\u00a0 Shona Murray, Euronews: Tem alguns objetivos muito ambiciosos quando se trata de acabar com a polui\u00e7\u00e3o do solo, do mar e do ar. Mas como pretende alcan\u00e7\u00e1-los? Virginijus Sinkevicius: Em primeiro lugar, provavelmente a forma mais eficaz de abordar a polui\u00e7\u00e3o \u00e9, evidentemente, fazer com que n\u00e3o aconte\u00e7a, porque depois a situa\u00e7\u00e3o torna-se muito complicada. E \u00e9 aqui que n\u00f3s estamos. Temos mortes prematuras causadas pela polui\u00e7\u00e3o. Temos doen\u00e7as ligadas \u00e0 polui\u00e7\u00e3o. Temos ecossistemas, destrui\u00e7\u00e3o ligada \u00e0 polui\u00e7\u00e3o. E isso n\u00e3o acontece em qualquer outro lugar. Acontece aqui, na Uni\u00e3o Europeia. Temos, portanto, de agir rapidamente. 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S.M.: Referiu que a pandemia \u00e9 uma oportunidade importante, porque sabemos que houve uma redu\u00e7\u00e3o nas emiss\u00f5es de carbono devido \u00e0 produ\u00e7\u00e3o industrial, com menos carros e por a\u00ed adiante. Mas como \u00e9 que sabemos que assim que isto acabar e estivermos todos vacinados, particularmente em partes da Europa, n\u00e3o vai voltar tudo simplesmente ao normal. Pelo menos n\u00e3o parece que a ind\u00fastria tenha grandes ambi\u00e7\u00f5es. V.S.: Tem toda a raz\u00e3o. Se n\u00e3o fizermos nada, os n\u00fameros v\u00e3o voltar ao que eram e talvez at\u00e9 aumentem, porque vemos que a tend\u00eancia \u00e9 de aumentar. Portanto, aqui est\u00e1, como j\u00e1 disse, o nosso plano de a\u00e7\u00e3o horizontal de polui\u00e7\u00e3o zero, que aborda diferentes \u00e1reas. E eu diria que tr\u00eas grandes \u00e1reas que estamos a abordar s\u00e3o a energia, os transportes e os nossos produtos qu\u00edmicos, que estamos a ver antecipadamente. 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D\u00ea-nos alguns exemplos de como a ind\u00fastria ter\u00e1 de mudar para garantir que haja menos polui\u00e7\u00e3o. Vai haver mais legisla\u00e7\u00e3o sobre produtos qu\u00edmicos nocivos, pesticidas? Haver\u00e1 legisla\u00e7\u00e3o sobre a forma como os autom\u00f3veis s\u00e3o fabricados? V.S.: Em primeiro lugar, se falamos concretamente de produtos qu\u00edmicos, estamos a falar, naturalmente, de evitar produtos qu\u00edmicos nocivos, substituindo-os. A menos que se prove que em alguns produtos, n\u00e3o podem ser substitu\u00eddos. Mesmo assim, encorajamos a investir na investiga\u00e7\u00e3o e no desenvolvimento para tentar encontrar um substituto. Mas o nosso objetivo, obviamente, \u00e9 substituir ou excluir por completo os produtos qu\u00edmicos nocivos do nosso mercado, dos produtos. E ainda temos, diria eu, uma legisla\u00e7\u00e3o muito desigual que pro\u00edbe alguns produtos h\u00e1 algum tempo e outros n\u00e3o. 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Conseguir\u00e1 a Uni\u00e3o Europeia assegurar que as normas sejam mantidas, mesmo que isso se traduza em menos com\u00e9rcio? V.S.: Eu diria que h\u00e1 uma evid\u00eancia clara de que mantemos a nossa lideran\u00e7a e at\u00e9 a refor\u00e7\u00e1mos. Acab\u00e1mos de discutir os produtos qu\u00edmicos, mas h\u00e1 muitos outros setores que tamb\u00e9m estamos a analisar. Ap\u00f3s as f\u00e9rias de Ver\u00e3o, em setembro, vamos, por exemplo, apresentar uma das nossas principais iniciativas em mat\u00e9ria de desfloresta\u00e7\u00e3o, em que queremos analisar a fundo as cadeias de abastecimento, de forma a garantir que n\u00e3o h\u00e1 quaisquer produtos associados \u00e0 desfloresta\u00e7\u00e3o. Penso que isto \u00e9 um grande avan\u00e7o, elevando, mais uma vez, o n\u00edvel dos nossos padr\u00f5es. S.M.: Mencionou h\u00e1 pouco o fundo de recupera\u00e7\u00e3o, uma enorme quantidade de dinheiro, sem precedentes. E sabemos que o Pacto Ecol\u00f3gico est\u00e1 de m\u00e3os dadas com a forma como este dinheiro ser\u00e1 gasto. Mas como podemos garantir que os Estados membros v\u00e3o usar esse dinheiro para investir verdadeiramente na agricultura sustent\u00e1vel ou na produ\u00e7\u00e3o e ind\u00fastria sustent\u00e1veis, e n\u00e3o fazer apenas mudan\u00e7as de fachada, algo de que a Uni\u00e3o Europeia \u00e9 acusada com bastante frequ\u00eancia por organiza\u00e7\u00f5es ambientais? V.S.: Claro que, em primeiro lugar, as organiza\u00e7\u00f5es ambientais e, de um modo mais geral, as ONG est\u00e3o a acompanhar de perto os planos de recupera\u00e7\u00e3o e de resili\u00eancia que os Estados membros ainda est\u00e3o a apresentar. Mas a Comiss\u00e3o tamb\u00e9m est\u00e1 a trabalhar muito de perto com os Estados membros. O que acima de tudo queremos assegurar \u00e9 que a nossa meta de 37% para o objetivo clim\u00e1tico vai ser atingida. E temos seis medidas muito concretas, que, como \u00e9 \u00f3bvio, vamos contemplar no plano. Em segundo lugar, os Estados membros tamb\u00e9m concordaram em n\u00e3o prejudicar significativamente o princ\u00edpio, que vai ser aplicado em todos os projetos propostos no \u00e2mbito dos planos, assegurando que n\u00e3o estamos a dar um o em frente e depois dois os atr\u00e1s, e que esses planos s\u00e3o coerentes com os nossos objetivos, com a nossa transi\u00e7\u00e3o digital e ecol\u00f3gica. 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Plano de Recuperação e Resiliência é "oportunidade única" para o ambiente, diz comissário europeu

Plano de Recuperação e Resiliência é "oportunidade única" para o ambiente, diz comissário europeu
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O comissário europeu para o Oceano, Ambiente e Pescas, Virginijus Sinkevičius, falou com a Euronews sobre o que está a União Europeia a fazer para atingir os objetivos climáticos e manter a competitividade.

A União Europeia (UE) e o resto do mundo veem-se forçados a avançar rapidamente para combater as alterações climáticas e a poluição. O comissário europeu para o Ambiente, Oceano e Pescas, Virginijus Sinkevicius, falou com a Euronews sobre o que está a UE fazer para garantir o cumprimento dos objetivos climáticos e assegurar a competitividade. 

Shona Murray, Euronews: Tem alguns objetivos muito ambiciosos quando se trata de acabar com a poluição do solo, do mar e do ar. Mas como pretende alcançá-los?

Virginijus Sinkevicius: Em primeiro lugar, provavelmente a forma mais eficaz de abordar a poluição é, evidentemente, fazer com que não aconteça, porque depois a situação torna-se muito complicada. E é aqui que nós estamos. Temos mortes prematuras causadas pela poluição. Temos doenças ligadas à poluição. Temos ecossistemas, destruição ligada à poluição. E isso não acontece em qualquer outro lugar. Acontece aqui, na União Europeia. Temos, portanto, de agir rapidamente.

Estou feliz por a Comissão ter adotado recentemente o Plano de Ação para a Poluição Zero. Por “poluição zero” entendemos, antes de mais, baixar os níveis de poluição para que não prejudiquem a saúde dos nossos cidadãos, para que não causem danos nos ecossistemas. É claro que o objetivo é ambicioso. Levará o seu tempo. Planeamos fazê-lo até 2050. Mas já há muito trabalho a ser feito até 2030. E, por exemplo, quando falamos da poluição marinha, microplásticos, o nosso plano é diminuir a poluição por microplásticos em 30 porcento, através de diferentes tipos de medidas. Penso que esta pandemia é um bom despertar para todos e um verdadeiro momento para pensar que podemos fazer as coisas de forma diferente.

S.M.:Referiu que a pandemia é uma oportunidade importante, porque sabemos que houve uma redução nas emissões de carbono devido à produção industrial, com menos carros e por aí adiante. Mas como é que sabemos que assim que isto acabar e estivermos todos vacinados, particularmente em partes da Europa, não vai voltar tudo simplesmente ao normal. Pelo menos não parece que a indústria tenha grandes ambições.

V.S.: Tem toda a razão. Se não fizermos nada, os números vão voltar ao que eram e talvez até aumentem, porque vemos que a tendência é de aumentar. Portanto, aqui está, como já disse, o nosso plano de ação horizontal de poluição zero, que aborda diferentes áreas.

E eu diria que três grandes áreas que estamos a abordar são a energia, os transportes e os nossos produtos químicos, que estamos a ver antecipadamente. Estes são os setores em que nos concentramos especialmente e, por exemplo, quando falamos de transportes, penso que existe uma variedade de ferramentas.

Em primeiro lugar, claro, trabalhar em estreita colaboração com os municípios, o poder local e os seus investimentos no sistema de transportes, tornando-o mais atrativo para os cidadãos, investindo em soluções de micro mobilidade. A Comissão está pronta para ajudar. Mas o mais importante é a oportunidade única trazida pelo financiamento público do Plano de Recuperação e Resiliência, em que cada Estado membro vai receber um montante significativo para investir na recuperação e no reforço da resiliência.

S.M.: Antes de armos ao fundo de recuperação, que é um tema realmente importante, falou há pouco de produtos químicos. Dê-nos alguns exemplos de como a indústria terá de mudar para garantir que haja menos poluição. Vai haver mais legislação sobre produtos químicos nocivos, pesticidas? Haverá legislação sobre a forma como os automóveis são fabricados?

V.S.: Em primeiro lugar, se falamos concretamente de produtos químicos, estamos a falar, naturalmente, de evitar produtos químicos nocivos, substituindo-os. A menos que se prove que em alguns produtos, não podem ser substituídos. Mesmo assim, encorajamos a investir na investigação e no desenvolvimento para tentar encontrar um substituto.

Mas o nosso objetivo, obviamente, é substituir ou excluir por completo os produtos químicos nocivos do nosso mercado, dos produtos.

E ainda temos, diria eu, uma legislação muito desigual que proíbe alguns produtos há algum tempo e outros não. E esses produtos são facilmente íveis por crianças, mulheres e pessoas idosas. Existem grupos que são mais vulneráveis e que nós precisamos prioritariamente de proteger. E por isso haverá uma grande revisão da nossa legislação sobre produtos químicos, mas creio que a vamos conseguir fazer mantendo um o muito próximo com as partes interessadas. Todos compreendem que a mudança é inevitável, mas também que há vantagem na antecipação e uma oportunidade de serem os mais avançados na investigação e no desenvolvimento.

S.M.: Houve uma preocupação com o Brexit e o facto de a União Europeia e o Reino Unido estarem a competir por acordos comerciais. Essa preocupação deve-se à possibilidade de o Reino Unido baixar os padrões a fim de conseguir mais negócios? Conseguirá a União Europeia assegurar que as normas sejam mantidas, mesmo que isso se traduza em menos comércio?

V.S.: Eu diria que há uma evidência clara de que mantemos a nossa liderança e até a reforçámos. Acabámos de discutir os produtos químicos, mas há muitos outros setores que também estamos a analisar. Após as férias de Verão, em setembro, vamos, por exemplo, apresentar uma das nossas principais iniciativas em matéria de desflorestação, em que queremos analisar a fundo as cadeias de abastecimento, de forma a garantir que não há quaisquer produtos associados à desflorestação. Penso que isto é um grande avanço, elevando, mais uma vez, o nível dos nossos padrões.

S.M.: Mencionou há pouco o fundo de recuperação, uma enorme quantidade de dinheiro, sem precedentes. E sabemos que o Pacto Ecológico está de mãos dadas com a forma como este dinheiro será gasto. Mas como podemos garantir que os Estados membros vão usar esse dinheiro para investir verdadeiramente na agricultura sustentável ou na produção e indústria sustentáveis, e não fazer apenas mudanças de fachada, algo de que a União Europeia é acusada com bastante frequência por organizações ambientais?

V.S.: Claro que, em primeiro lugar, as organizações ambientais e, de um modo mais geral, as ONG estão a acompanhar de perto os planos de recuperação e de resiliência que os Estados membros ainda estão a apresentar. Mas a Comissão também está a trabalhar muito de perto com os Estados membros. O que acima de tudo queremos assegurar é que a nossa meta de 37% para o objetivo climático vai ser atingida.

E temos seis medidas muito concretas, que, como é óbvio, vamos contemplar no plano. Em segundo lugar, os Estados membros também concordaram em não prejudicar significativamente o princípio, que vai ser aplicado em todos os projetos propostos no âmbito dos planos, assegurando que não estamos a dar um o em frente e depois dois os atrás, e que esses planos são coerentes com os nossos objetivos, com a nossa transição digital e ecológica.

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