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Mais de 120 mortos em jogo de futebol com dois portugueses na Indonésia

Agentes da polícia avaliam os danos numa viatura das autoridades tombada no relvado
Agentes da polícia avaliam os danos numa viatura das autoridades tombada no relvado Direitos de autor AP Photo/Yudha Prabowo
Direitos de autor AP Photo/Yudha Prabowo
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Movimento de pânico ocorreu depois de forças da ordem recorrerem a gás lacrimogéneo para tentar conter a invasão de adeptos

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Mais de 120 pessoas morreram na sequência de uma invasão de campo e do pânico provocado pela violenta reação policial com gás lacrimogéneo. O jogo opunha o Arema FC e o Persebaya Surabaya.

A derrota, por 2-3, da equipa da casa, com dois portugueses em campo, Sérgio Reis Silva e Abel Camará, motivou a revolta dos adeptos, que invadiram o terreno de jogo. Camará tinha, aliás, marcado os dois golos do Arema FC e à CNN Portugal, descreveu o horror vivido.

"É um dérbi muito antigo e durante a semana já se sentia pela cidade que era um jogo de mais de três pontos. Diziam que era um jogo de vida ou de morte, que podíamos perder todos os jogos menos este. Sentia-se a tensão no ar. Depois de termos perdido o jogo, fomos pedir desculpa aos adeptos. Eles começaram a subir as vedações, as grades, nós fomos para o balneário", relatou o antigo jogador da B-SAD e do Estrela da Amadora.

E, ao portal Maisfutebol, acrescentou: "A partir dali começámos a ouvir tiros, empurrões. Tivemos pessoas dentro do balneário que apanharam com o gás lacrimogéneo e morreram ali à nossa frente. Tínhamos ali à volta de sete ou oito pessoas mortas no balneário."

Camará conta que a equipa teve de "ficar lá quatro horas até conseguirem afastar toda a gente".

"Quando saímos, quando estava tudo mais calmo, havia sangue, sapatilhas, roupas por todo o hall do estádio. Quando saímos do estádio no autocarro, eram carros queimados, civis e da polícia, mas tivemos uma viagem tranquila até ao nosso centro de estágio, pegámos no carro e viemos para casa. Agora estamos em casa, a aguardar para ver o que vai acontecer", concluiu Abel Camará.

As forças policiais presentes no estádio responderam com gás lacrimogéneo e o pânico gerado precipitou a tragédia.

A imprensa local chegou a avançar um balanço de mais de 170 mortos, mas pouco depois as autoridades reviram em baixa os números e confirmaram a morte de 129 pessoas, incluindo crianças. Cerca de 180 ficaram feridas, acrescentou a polícia, citada pelo "The Jakarta Post".

O presidente da Indonésia reagiu ao ocorrido, com uma mensagem de condolências e com ordens ao executivo.

Lamento profundamente e espero que esta tragédia do futebol seja a última no nosso país. Que não haja outras tragédias humanas como esta no futuro.
Joko Widodo
Presidente da Indonésia

Joko Widodo disse ter ordenado ao "ministro da Saúde e ao Governador de Java Leste para supervisionarem a assistência médica às vítimas em tratamento nos hospitais".

O chefe de Estado pediu também ao "ministro da Juventude e Desporto, Zainudin Amali, ao secretário-geral Mochamad Iriawan (da Associação de Futebol da Indonésia) e ao chefe da Polícia Nacional Listyo Sigit Prabowo para avaliarem criteriosamente o jogo de futebol e os procedimentos de segurança na organização da partida".

Em particular, o Presidente Widodo ordenou ao chefe da Polícia Nacional a abertura de uma investigação e que avaliasse minuciosamente a tragédia de Kanjuruhan.l. 

A federação indonésia suspendeu de imediato todos os jogos da primeira liga por tempo indefinido. A Federação Portuguesa de Futebol decretou "um minuto de silêncio em todos os jogos organizados pela FPF" e o presidente da FIFA deu voz ao "choque no mundo do futebol".

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