{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2023/03/14/xi-jinping-uma-decada-aos-comandos-da-china" }, "headline": "Xi Jinping: Uma d\u00e9cada aos comandos da China", "description": "O presidente da China, Xi Jinping, chegou ao poder em mar\u00e7o de 2013. Destacamos os principais aspetos da marca do l\u00edder ao logo da \u00faltima d\u00e9cada", "articleBody": "Em 10 anos ao leme, Xi Jinping acumulou mais poder do que quase qualquer um dos seus antecessores. Al\u00e9m de ser presidente da Rep\u00fablica Popular da China e secret\u00e1rio-geral do Partido Comunista chin\u00eas, Xi \u00e9 tamb\u00e9m o chefe do ex\u00e9rcito e comandante supremo das tropas chinesas. 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Nova Rota da Seda Logo em 2014, Xi introduziu o conceito da Nova Rota da Seda : As empresas estatais chinesas tornaram-se ativas no estrangeiro. Os projetos de infraestruturas constru\u00eddos no mundo por empresas chinesas visam matar dois coelhos de uma cajadada: criar novos mercados de venda e ligar os governos - muitas vezes autocr\u00e1ticos - dos pa\u00edses alvo, a Pequim. F\u00e1brica do mundo Quando Xi Jinping chegou ao poder, o Imp\u00e9rio do Meio j\u00e1 era, h\u00e1 muito, a f\u00e1brica o mundo, mas a depend\u00eancia do ocidente da China na transi\u00e7\u00e3o energ\u00e9tica ficou cada vez mais evidente: cerca de 80 por cento de todas as c\u00e9lulas solares a n\u00edvel mundial s\u00e3o fabricadas na China. \u00c9 necess\u00e1ria muita energia para produzir as c\u00e9lulas fotovoltaicas, ou solares , e esta prov\u00e9m de centrais el\u00e9tricas alimentadas a carv\u00e3o. Metade de todas as centrais el\u00e9tricas alimentadas a carv\u00e3o em constru\u00e7\u00e3o a n\u00edvel mundial encontram-se na China. Maior proximidade com a R\u00fassia Sob Xi Jinping, as rela\u00e7\u00f5es da China com a R\u00fassia tornaram-se mais fortes, sobretudo ap\u00f3s a anexa\u00e7\u00e3o russa da Crimeia, em 2014. Xi Jinping e Vladimir Putin partilham posi\u00e7\u00f5es comuns em rela\u00e7\u00e3o ao \u0022Ocidente\u0022 em muitos aspetos, como tem espelhado a crise provocada pela invas\u00e3o russa e pela guerra na Ucr\u00e2nia. Em julho de 2017, Putin atribuiu a Xi a Ordem de Santo Andr\u00e9, o primeiro ap\u00f3stolo - a mais alta condecora\u00e7\u00e3o da R\u00fassia. A medalha foi entregue no Kremlin a 4 de julho, coincid\u00eancia, ou n\u00e3o, dia nacional da Am\u00e9rica. Repress\u00e3o no Tibete A d\u00e9cada de Xi Jinping significou 10 anos perdidos para o Tibete, de acordo com a Campanha Internacional para o Tibete (TIC). A conclus\u00e3o do diretor-geral da TIC, Kai M\u00fcller, \u00e9 clara: \u0022Sob Xi Jinping, o Tibete foi transformado num estado policial totalit\u00e1rio que serve de campo de ensaio para medidas repressivas. O Partido Comunista est\u00e1 a tentar desligar os tibetanos da sua l\u00edngua, do seu modo de vida, da sua cultura budista e do seu l\u00edder espiritual, o 14\u00ba Dalai Lama\u0022. Amea\u00e7as sobre Taiwan Na China, sob Xi, a vigil\u00e2ncia e a censura aumentaram, assim como a propaganda nacionalista. Xi fala repetidamente de \u0022grandes mudan\u00e7as que s\u00f3 ocorrem de cem em cem anos\u0022 e fala-se de um \u0022ressurgimento chin\u00eas\u0022, o que naturalmente tamb\u00e9m inclui o que Pequim v\u00ea como \u0022reunifica\u00e7\u00e3o\u0022 com Taiwan. A verdade \u00e9 que o Xi presidente de agora n\u00e3o \u00e9 o mesmo de h\u00e1 dez anos. Durante o seu mandato como governador de Fujian, Xi ainda trabalhou para incentivar os empres\u00e1rios taiwaneses a investir na China. Na altura, ele contava com uma abertura \u00e0 economia de mercado. Al\u00e9m disso, a China tinha, no in\u00edcio do seu mandato, assumido uma posi\u00e7\u00e3o mais cr\u00edtica em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 Coreia do Norte, enquanto as rela\u00e7\u00f5es com a Coreia do Sul estavam a melhorar. Entretanto, agora amea\u00e7a abertamente a anexa\u00e7\u00e3o de Taiwan e tem intensificado as amea\u00e7as militares na regi\u00e3o. Direitos Humanos A vigil\u00e2ncia em massa foi grandemente expandida na \u00faltima d\u00e9cada. Primeiro, a alegada seguran\u00e7a geral levou \u00e0 instala\u00e7\u00e3o de c\u00e2maras em espa\u00e7os p\u00fablicos, mas com a constante melhoria do reconhecimento t\u00e9cnico de rostos, o seu campo de aplica\u00e7\u00e3o foi alargado e inclui a localiza\u00e7\u00e3o e o comportamento de indiv\u00edduos identific\u00e1veis Os ativistas dos direitos humanos temem uma intensifica\u00e7\u00e3o da repress\u00e3o na China durante o pr\u00f3ximo terceiro mandato do l\u00edder do Estado e do partido, Xi Jinping. A organiza\u00e7\u00e3o norte-americana Human Rights Watch advertiu que a perpetua\u00e7\u00e3o de Xi Jinping no poder n\u00e3o augura nada de bom para os direitos humanos na China e no mundo. A par do Tibete, o caso da minoria mu\u00e7ulmana Uyghur, da prov\u00edncia de Xinjiang, \u00e9 dos mais not\u00f3rios visto de fora. 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Xi Jinping: Uma década aos comandos da China

Xi Jinping, prsidente da China desde março de 2013
Xi Jinping, prsidente da China desde março de 2013 Direitos de autor Ng Han Guan/Copyright 2023 The AP. All rights reserved
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De Maria Barradas com Agências
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O presidente da China, Xi Jinping, chegou ao poder em março de 2013. Destacamos os principais aspetos da marca do líder ao logo da última década

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Em 10 anos ao leme, Xi Jinping acumulou mais poder do que quase qualquer um dos seus antecessores.

Além de ser presidente da República Popular da China e secretário-geral do Partido Comunista chinês, Xi é também o chefe do exército e comandante supremo das tropas chinesas.

Classificado como tecnocrata, quando se tornou presidente, em 14 de março de 2013, a sua base de poder foi considerada frágil, mas, na década seguinte, emergiu como nacionalista e ideólogo e expandiu constantemente o seu poder.

A 11 de março de 2018, o Congresso Nacional do Povo decidiu abolir o limite do mandato presidencial introduzido na década de 1980, permitindo assim que Xi Jinping exercesse funções para além de 2023.

Recordamos algumas das questões e das estratégias que marcaram a dácada Xi, na China.

O líder da nação onde nasceu a Covid-19, combateu a pandemia com medidas draconianas e restrições máximas durante mais de dois anos, vindo a relaxar o sistema após diversas manifestações no país e face à incompreensão do mundo.

Nova Rota da Seda

Logo em 2014, Xi introduziu o conceito da Nova Rota da Seda: As empresas estatais chinesas tornaram-se ativas no estrangeiro. Os projetos de infraestruturas construídos no mundo por empresas chinesas visam matar dois coelhos de uma cajadada: criar novos mercados de venda e ligar os governos - muitas vezes autocráticos - dos países alvo, a Pequim.

Fábrica do mundo

Quando Xi Jinping chegou ao poder, o Império do Meio já era, há muito, a fábrica o mundo, mas a dependência do ocidente da China na transição energética ficou cada vez mais evidente: cerca de 80 por cento de todas as células solares a nível mundial são fabricadas na China.

É necessária muita energia para produzir as células fotovoltaicas, ou solares, e esta provém de centrais elétricas alimentadas a carvão. Metade de todas as centrais elétricas alimentadas a carvão em construção a nível mundial encontram-se na China.

Maior proximidade com a Rússia

Sob Xi Jinping, as relações da China com a Rússia tornaram-se mais fortes, sobretudo após a anexação russa da Crimeia, em 2014. Xi Jinping e Vladimir Putin partilham posições comuns em relação ao "Ocidente" em muitos aspetos, como tem espelhado a crise provocada pela invasão russa e pela guerra na Ucrânia. Em julho de 2017, Putin atribuiu a Xi a Ordem de Santo André, o primeiro apóstolo - a mais alta condecoração da Rússia. A medalha foi entregue no Kremlin a 4 de julho, coincidência, ou não, dia nacional da América.

Repressão no Tibete

A década de Xi Jinping significou 10 anos perdidos para o Tibete, de acordo com a Campanha Internacional para o Tibete (TIC).

A conclusão do diretor-geral da TIC, Kai Müller, é clara: "Sob Xi Jinping, o Tibete foi transformado num estado policial totalitário que serve de campo de ensaio para medidas repressivas. O Partido Comunista está a tentar desligar os tibetanos da sua língua, do seu modo de vida, da sua cultura budista e do seu líder espiritual, o 14º Dalai Lama".

Ameaças sobre Taiwan

Na China, sob Xi, a vigilância e a censura aumentaram, assim como a propaganda nacionalista. Xi fala repetidamente de "grandes mudanças que só ocorrem de cem em cem anos" e fala-se de um "ressurgimento chinês", o que naturalmente também inclui o que Pequim vê como "reunificação" com Taiwan.

A verdade é que o Xi presidente de agora não é o mesmo de há dez anos. Durante o seu mandato como governador de Fujian, Xi ainda trabalhou para incentivar os empresários taiwaneses a investir na China. Na altura, ele contava com uma abertura à economia de mercado. Além disso, a China tinha, no início do seu mandato, assumido uma posição mais crítica em relação à Coreia do Norte, enquanto as relações com a Coreia do Sul estavam a melhorar.

Entretanto, agora ameaça abertamente a anexação de Taiwan e tem intensificado as ameaças militares na região.

Direitos Humanos

A vigilância em massa foi grandemente expandida na última década. Primeiro, a alegada segurança geral levou à instalação de câmaras em espaços públicos, mas com a constante melhoria do reconhecimento técnico de rostos, o seu campo de aplicação foi alargado e inclui a localização e o comportamento de indivíduos identificáveis

Os ativistas dos direitos humanos temem uma intensificação da repressão na China durante o próximo terceiro mandato do líder do Estado e do partido, Xi Jinping. A organização norte-americana Human Rights Watch advertiu que a perpetuação de Xi Jinping no poder não augura nada de bom para os direitos humanos na China e no mundo. A par do Tibete, o caso da minoria muçulmana Uyghur, da província de Xinjiang, é dos mais notórios visto de fora.

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