{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2024/08/22/ucranianos-de-etnia-hungara-escondem-se-da-guerra" }, "headline": "Ucranianos de etnia h\u00fangara escondem-se da guerra", "description": "A Euronews foi ao encontro de homens da regi\u00e3o ucraniana da Transcarp\u00e1tia, vizinha da Hungria, onde homens de etnia h\u00fangara tentam fugir ao recrutamento para a guerra.", "articleBody": "Todos os dias cresce o n\u00famero de sepulturas no parque junto ao cemit\u00e9rio do Calv\u00e1rio em Uzhhorod, no oeste da Ucr\u00e2nia.Nos \u00faltimos dois anos e meio, este lugar tornou-se o local de homenagem aos combatentes da Transcarp\u00e1tia, regi\u00e3o vizinha da Hungria, Eslov\u00e1quia e Rom\u00e9nia, mortos na guerra da Ucr\u00e2nia. A regi\u00e3o j\u00e1 pertenceu ao Imp\u00e9rio Austro-H\u00fangaro e depois \u00e0 Checoslov\u00e1quia, tendo sido cedida \u00e0 Uni\u00e3o Sovi\u00e9tica em 1945 e depois incorporada na Ucr\u00e2nia.Cerca de 70.000 soldados ucranianos morreram desde a invas\u00e3o em larga escala da R\u00fassia em 2022, de acordo com estimativas dos EUA. Muitos eram de etnia russa, h\u00fangara ou cigana.Igor, de 42 anos, foi enterrado aqui, no cemit\u00e9rio militar de Uzhhorod, h\u00e1 apenas 10 dias. A campa ainda est\u00e1 coberta com flores secas. Quase todos os dias h\u00e1 uma cerim\u00f3nia f\u00fanebre. Os homens da regi\u00e3o, que se escondem da guerra, s\u00f3 t\u00eam um desejo: n\u00e3o querem ser enterrados aqui.Nos primeiros dias da guerra, pais e filhos de etnia h\u00fangara da Transcarp\u00e1tia fugiram para a Hungria para escapar aos recrutamentos militares, mas alguns n\u00e3o quiseram deixar as suas vidas para tr\u00e1s. Jogo do gato e do ratoDois homens h\u00fangaro-ucranianos escondidos no oeste da Ucr\u00e2nia falaram \u00e0 Euronews, sob condi\u00e7\u00e3o de anonimato, sobre o impacto que a fuga ao recrutamento teve sobre eles.O mais jovem vai para o trabalho todas as manh\u00e3s h\u00e1 mais de dois anos. Sabe que, se for apanhado num posto de controlo, ser\u00e1 transportado a centenas de quil\u00f3metros de dist\u00e2ncia, para um gabinete de recrutamento, nessa mesma tarde: \u0022Se pudermos ir, vamos; se n\u00e3o, ficamos em casa. Tentamos manter-nos informados de todas as formas poss\u00edveis. Telefonamos uns aos outros ou enviamos uma mensagem a dizer onde est\u00e3o os pontos de controlo\u0022, conta.Mostra-nos no seu telem\u00f3vel como dezenas de milhares de homens partilham informa\u00e7\u00f5es online para n\u00e3o serem apanhados pelos agentes de recrutamento. O outro, mais velho, tem outra t\u00e9cnica: \u0022A minha mulher a \u00e0 minha frente todas as manh\u00e3s. Certifica-se de que n\u00e3o h\u00e1 pol\u00edcias ou militares em lado nenhum. \u00c9 assim que chegamos ao trabalho. Se eles aparecerem, entramos no mato. O mais importante \u00e9 evit\u00e1-los\u0022, explica.Peter est\u00e1 agora reformado, por isso n\u00e3o tem nada a temer. No entanto, se outros forem apanhados pelos recrutadores, t\u00eam duas op\u00e7\u00f5es: pagar ou lutar. De acordo com as hist\u00f3rias que ouviu em Uzhhorod, os subornos para evitar a linha da frente aumentaram. \u0022Um rapaz da aldeia contou-me recentemente que foi libertado por 800 euros. N\u00e3o lhe deram qualquer garantia, mas deixaram-no sair pelo port\u00e3o. H\u00e1 quem tenha pago 5000 euros\u0022, diz.Uma coisa \u00e9 certa: todos aqueles que podem evitar a guerra, fazem-no. Para os homens de etnia h\u00fangara nesta regi\u00e3o, a apari\u00e7\u00e3o de um carro de pol\u00edcia \u00e9 sempre motivo de nervosismo.", "dateCreated": "2024-08-22T08:37:39+02:00", "dateModified": "2024-08-22T11:53:58+02:00", "datePublished": "2024-08-22T11:52:30+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F66%2F97%2F88%2F1440x810_cmsv2_3ee70058-2e88-5eb2-b919-ae7fc0c3cc3a-8669788.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "Euronews falou com refrat\u00e1rios \u00e0 guerra", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F66%2F97%2F88%2F432x243_cmsv2_3ee70058-2e88-5eb2-b919-ae7fc0c3cc3a-8669788.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": [ { "@type": "Person", "familyName": "Siposhegyi", "givenName": "Zoltan", "name": "Zoltan Siposhegyi", "url": "/perfis/1198", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Equipe de langue hongroise" } } ], "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Ucranianos de etnia húngara escondem-se da guerra

Euronews falou com refratários à guerra
Euronews falou com refratários à guerra Direitos de autor Euronews
Direitos de autor Euronews
De Zoltan Siposhegyi
Publicado a Últimas notícias
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

A Euronews foi ao encontro de homens da região ucraniana da Transcarpátia, vizinha da Hungria, onde homens de etnia húngara tentam fugir ao recrutamento para a guerra.

PUBLICIDADE

Todos os dias cresce o número de sepulturas no parque junto ao cemitério do Calvário em Uzhhorod, no oeste da Ucrânia.

Nos últimos dois anos e meio, este lugar tornou-se o local de homenagem aos combatentes da Transcarpátia, região vizinha da Hungria, Eslováquia e Roménia, mortos na guerra da Ucrânia. A região já pertenceu ao Império Austro-Húngaro e depois à Checoslováquia, tendo sido cedida à União Soviética em 1945 e depois incorporada na Ucrânia.

Cerca de 70.000 soldados ucranianos morreram desde a invasão em larga escala da Rússia em 2022, de acordo com estimativas dos EUA. Muitos eram de etnia russa, húngara ou cigana.

Igor, de 42 anos, foi enterrado aqui, no cemitério militar de Uzhhorod, há apenas 10 dias. A campa ainda está coberta com flores secas. Quase todos os dias há uma cerimónia fúnebre. Os homens da região, que se escondem da guerra, só têm um desejo: não querem ser enterrados aqui.

Nos primeiros dias da guerra, pais e filhos de etnia húngara da Transcarpátia fugiram para a Hungria para escapar aos recrutamentos militares, mas alguns não quiseram deixar as suas vidas para trás.

Jogo do gato e do rato

Dois homens húngaro-ucranianos escondidos no oeste da Ucrânia falaram à Euronews, sob condição de anonimato, sobre o impacto que a fuga ao recrutamento teve sobre eles.

O mais jovem vai para o trabalho todas as manhãs há mais de dois anos. Sabe que, se for apanhado num posto de controlo, será transportado a centenas de quilómetros de distância, para um gabinete de recrutamento, nessa mesma tarde: "Se pudermos ir, vamos; se não, ficamos em casa. Tentamos manter-nos informados de todas as formas possíveis. Telefonamos uns aos outros ou enviamos uma mensagem a dizer onde estão os pontos de controlo", conta.

Mostra-nos no seu telemóvel como dezenas de milhares de homens partilham informações online para não serem apanhados pelos agentes de recrutamento.

O outro, mais velho, tem outra técnica: "A minha mulher a à minha frente todas as manhãs. Certifica-se de que não há polícias ou militares em lado nenhum. É assim que chegamos ao trabalho. Se eles aparecerem, entramos no mato. O mais importante é evitá-los", explica.

Peter, reformado húngaro-ucraniano
Peter, reformado húngaro-ucranianoEuronews

Peter está agora reformado, por isso não tem nada a temer.

No entanto, se outros forem apanhados pelos recrutadores, têm duas opções: pagar ou lutar. De acordo com as histórias que ouviu em Uzhhorod, os subornos para evitar a linha da frente aumentaram.

"Um rapaz da aldeia contou-me recentemente que foi libertado por 800 euros. Não lhe deram qualquer garantia, mas deixaram-no sair pelo portão. Há quem tenha pago 5000 euros", diz.

Uma coisa é certa: todos aqueles que podem evitar a guerra, fazem-no. Para os homens de etnia húngara nesta região, a aparição de um carro de polícia é sempre motivo de nervosismo.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Coro fundado na Chéquia canta para dar apoio moral e financeiro aos soldados ucranianos

Moscovo sofre maior ataque de drones ucranianos desde o início da guerra

Parlamento ucraniano aprova proibição das atividades da Igreja Ortodoxa Russa no país