Sebastian Zapeta, de 33 anos, é acusado de dois crimes de homicídio e um crime de fogo posto. A principal acusação implica uma pena máxima de prisão perpétua sem liberdade condicional.
O homem acusado de atear fogo ao corpo de uma mulher e de a matar no interior de uma carruagem do metropolitano de Nova Iorque utilizou uma camisa para avivar as chamas, disse um procurador na terça-feira, durante a acusação.
Sebastian Zapeta, de 33 anos, que as autoridades dizem ser um cidadão guatemalteco que entrou ilegalmente nos EUA, não falou na audiência no tribunal criminal de Brooklyn. Não lhe foi pedido que se pronunciasse sobre as acusações.
Zapeta permanecerá detido no complexo de Rikers Island, na cidade, e deverá voltar ao tribunal na sexta-feira. O advogado do acusado não pediu fiança.
Zapeta é acusado de dois crimes de homicídio e de um crime de fogo posto. A acusação principal implica uma pena máxima de prisão perpétua sem liberdade condicional.
O procurador distrital de Brooklyn, Eric Gonzalez, considerou o ataque um "ato de violência horrível e sem sentido" e disse que seria "punido com as mais graves sanções".
O ataque, aparentemente aleatório, ocorreu na manhã de domingo numa carruagem que parou na estação de Coney Island. A identificação da vítima permanece ainda pendente.
Segundo as autoridades, Zapeta aproximou-se da mulher, que poderia estar a dormir no comboio, e pegou fogo às suas roupas com um isqueiro. Em seguida, o alegado agressor atiçou as chamas com uma camisa, envolvendo-a no fogo, revelou o procurador-adjunto Ari Rottenberg, em tribunal, na terça-feira.
Zapeta sentou-se então num banco na plataforma do metro e ficou a observar o incêndio, explicou ainda Rottenberg.
De acordo com o procurador, o suspeito disse aos detetives que não sabia o que tinha acontecido, mas ainda assim identificou-se nas imagens do ataque.
Questões levantadas sobre a atuação da polícia
Um vídeo divulgado nas redes sociais parece mostrar algumas pessoas a olhar para o sucedido a partir da plataforma e, pelo menos, um agente da polícia a ar no momento em que a mulher estava já a arder dentro do comboio.
O chefe da polícia de trânsito de Nova Iorque, Joseph Gulotta, revelou no domingo que vários agentes deram resposta ao incêndio, dirigindo-se para a plataforma. Um deles permaneceu para manter a cena do crime "como seria suposto", enquanto os outros abandonaram o local para ir buscar extintores de incêndio e para chamar funcionários para fazer o controlo do trânsito.
"Os agentes que estavam em patrulha no piso superior da estação sentiram o cheiro, viram fumo e foram investigar. O que viram foi uma pessoa de pé, dentro da carruagem do comboio, completamente envolta em chamas", informou a comissária da Polícia Jessica Tisch.
Acabaram por conseguir apagar o fogo, mas, "infelizmente, era demasiado tarde", disse ainda Tisch. O óbito foi declarado no local.
Zapeta foi detido no domingo à tarde, quando circulava num comboio da mesma linha de metro, depois de ter sido reconhecido por adolescentes através de imagens divulgadas pela polícia.
O endereço de Zapeta em Brooklyn, divulgado pela polícia, corresponde a um abrigo que fornece alojamento e apoio à toxicodependência. O abrigo não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
As autoridades federais de imigração disseram que Zapeta foi deportado em 2018, mas depois acabaria por voltar a entrar ilegalmente nos EUA.