{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2023/09/22/migracao-ue-transfere-127-milhoes-de-euros-para-a-tunisia" }, "headline": "Migra\u00e7\u00e3o: UE transfere 127 milh\u00f5es de euros para a Tun\u00edsia ", "description": "A Comiss\u00e3o Europeia anunciou, sexta-feira, que efetuou a transfer\u00eancia da primeira tranche de financiamento no \u00e2mbito do controverso acordo UE-Tun\u00edsia.", "articleBody": "O executivo vai desbloquear cerca de 127 milh\u00f5es de euros nas pr\u00f3ximas semanas para apoiar a economia da Tun\u00edsia e reduzir as partidas irregulares de migrantes. A medida segue-se\u00a0a press\u00e3o pol\u00edtica crescente por parte do governo italiano, que se debate com a gest\u00e3o de um intenso fluxo de requerentes de asilo \u00a0na ilha de Lampedusa, muito pr\u00f3xima da Tun\u00edsia. Mais de dez mil pessoas, que partiram da Tun\u00edsia, chegaram \u00e0 pequena ilha numa quest\u00e3o de dias, o que levou a uma visita de emerg\u00eancia da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e da presidente da Comiss\u00e3o Europeia, Ursula von der Leyen, no ado fim de semana. Durante a visita, von der Leyen apresentou um plano de a\u00e7\u00e3o de 10 pontos e prometeu acelerar o desembolso de fundos ao abrigo de um acordo assinado com a Tun\u00edsia em julho. Dois envelopes O novo envelope est\u00e1 dividido em duas vertentes: 60 milh\u00f5es de euros para assist\u00eancia or\u00e7amental e quase 67 milh\u00f5es de euros para apoio \u00e0 migra\u00e7\u00e3o. Os 60 milh\u00f5es de euros prov\u00eam de um instrumento anteriormente afetado \u00e0 recupera\u00e7\u00e3o p\u00f3s-pandemia e n\u00e3o fazem parte dos 150 milh\u00f5es de euros prometidos no \u00e2mbito do acordo. O apoio or\u00e7amental ser\u00e1 enviado diretamente para o tesouro tunisino com o objetivo final de evitar um colapso financeiro no pa\u00eds atingido pela crise, um cen\u00e1rio que Bruxelas receia que possa empurrar um maior n\u00famero de migrantes para as costas europeias. Entretanto, a vertente de 67 milh\u00f5es de euros para a migra\u00e7\u00e3o combina duas fontes: 24,7 milh\u00f5es de euros de um instrumento financeiro adotado em 2022. 42 milh\u00f5es de euros da dota\u00e7\u00e3o de 105 milh\u00f5es de euros inclu\u00edda no acordo para as opera\u00e7\u00f5es de combate ao contrabando de pessoas, refor\u00e7o da gest\u00e3o das fronteiras e aceleramento do regresso dos requerentes de asilo cujos pedidos foram recusados. Os 67 milh\u00f5es de euros ser\u00e3o divididos entre a guarda costeira e a marinha da Tun\u00edsia, que receber\u00e3o navios de busca e salvamento, c\u00e2maras t\u00e9rmicas, radares e outros equipamentos de vigil\u00e2ncia, e as organiza\u00e7\u00f5es n\u00e3o-governamentais prestam servi\u00e7os no terreno, tais como a Organiza\u00e7\u00e3o Internacional para as Migra\u00e7\u00f5es (OIM) e a Ag\u00eancia das Na\u00e7\u00f5es Unidas para os Refugiados (ACNUR). N\u00e3o se sabe ao certo quanto dinheiro ir\u00e1 para cada uma delas.\u00a0\u0022Teremos diferentes parceiros de execu\u00e7\u00e3o\u0022, disse um porta-voz da Comiss\u00e3o na sexta-feira \u00e0 tarde. Cr\u00edticas ao acordo Desde a sua , o acordo UE-Tun\u00edsia tem sido alvo de cr\u00edticas intensas e de escrut\u00ednio medi\u00e1tico, com grande aten\u00e7\u00e3o aos direitos humanos. A Tun\u00edsia, sob a lideran\u00e7a do presidente Kais Saied, tem sido repetidamente acusada de cometer abusos e expuls\u00f5es coletivas de migrantes subsarianos, muitos dos quais foram encontrados abandonados no meio do deserto, perto da fronteira com a L\u00edbia. Saied fez coment\u00e1rios racistas sobre os negros africanos e falou de um \u0022plano criminoso para mudar a composi\u00e7\u00e3o da paisagem demogr\u00e1fica da Tun\u00edsia\u0022, palavras que ecoam a teoria da conspira\u00e7\u00e3o de extrema-direita conhecida como a \u0022grande substitui\u00e7\u00e3o\u0022. Na semana ada, a Provedora de Justi\u00e7a Europeia, Emilly O'Reilly,\u00a0 solicitou formalmente \u00e0 Comiss\u00e3o que esclarecesse como \u00e9 que o acordo ir\u00e1 garantir que as autoridades tunisinas respeitam os direitos fundamentais nas suas opera\u00e7\u00f5es para reduzir os fluxos migrat\u00f3rios irregulares. \u0022A UE e a Tun\u00edsia concordaram em cooperar no pleno respeito dos princ\u00edpios do direito internacional e da dignidade dos migrantes. Os contratos v\u00e3o agora ser assinados. Mas, em termos gerais, os contratos da UE t\u00eam sempre cl\u00e1usulas relativas aos direitos humanos\u0022, afirmou um porta-voz da Comiss\u00e3o, quando questionado sobre as garantias financeiras. ", "dateCreated": "2023-09-22T12:30:35+02:00", "dateModified": "2023-09-22T15:38:00+02:00", "datePublished": "2023-09-22T15:04:47+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F07%2F91%2F36%2F04%2F1440x810_cmsv2_e08fbc87-fd31-50bc-9de4-113ecd4713ce-7913604.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "A It\u00e1lia est\u00e1 a ter dificuldades em gerir um novo fluxo de migrantes na ilha de Lampedusa, a maioria dos quais chegou da Tun\u00edsia.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F07%2F91%2F36%2F04%2F432x243_cmsv2_e08fbc87-fd31-50bc-9de4-113ecd4713ce-7913604.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": [ { "@type": "Person", "familyName": "Liboreiro", "givenName": "Jorge", "name": "Jorge Liboreiro", "url": "/perfis/1858", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "sameAs": "https://www.x.com/@JorgeLiboreiro", "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Correspondant \u00e0 Bruxelles" } } ], "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Not\u00edcias da Europa" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Migração: UE transfere 127 milhões de euros para a Tunísia

A Itália está a ter dificuldades em gerir um novo fluxo de migrantes na ilha de Lampedusa, a maioria dos quais chegou da Tunísia.
A Itália está a ter dificuldades em gerir um novo fluxo de migrantes na ilha de Lampedusa, a maioria dos quais chegou da Tunísia. Direitos de autor Cecilia Fabiano/LaPresse
Direitos de autor Cecilia Fabiano/LaPresse
De Jorge Liboreiro & Isabel Marques da Silva (Trad.)
Publicado a Últimas notícias
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

A Comissão Europeia anunciou, sexta-feira, que efetuou a transferência da primeira tranche de financiamento no âmbito do controverso acordo UE-Tunísia.

PUBLICIDADE

O executivo vai desbloquear cerca de 127 milhões de euros nas próximas semanas para apoiar a economia da Tunísia e reduzir as partidas irregulares de migrantes. A medida segue-se a pressão política crescente por parte do governo italiano, que se debate com a gestão de um intenso fluxo de requerentes de asilo na ilha de Lampedusa, muito próxima da Tunísia.

Mais de dez mil pessoas, que partiram da Tunísia, chegaram à pequena ilha numa questão de dias, o que levou a uma visita de emergência da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no ado fim de semana.

Durante a visita, von der Leyen apresentou um plano de ação de 10 pontos e prometeu acelerar o desembolso de fundos ao abrigo de um acordo assinado com a Tunísia em julho.

Dois envelopes

O novo envelope está dividido em duas vertentes: 60 milhões de euros para assistência orçamental e quase 67 milhões de euros para apoio à migração.

Os 60 milhões de euros provêm de um instrumento anteriormente afetado à recuperação pós-pandemia e não fazem parte dos 150 milhões de euros prometidos no âmbito do acordo.

O apoio orçamental será enviado diretamente para o tesouro tunisino com o objetivo final de evitar um colapso financeiro no país atingido pela crise, um cenário que Bruxelas receia que possa empurrar um maior número de migrantes para as costas europeias.

Entretanto, a vertente de 67 milhões de euros para a migração combina duas fontes:

  • 24,7 milhões de euros de um instrumento financeiro adotado em 2022.
  • 42 milhões de euros da dotação de 105 milhões de euros incluída no acordo para as operações de combate ao contrabando de pessoas, reforço da gestão das fronteiras e aceleramento do regresso dos requerentes de asilo cujos pedidos foram recusados.

Os 67 milhões de euros serão divididos entre a guarda costeira e a marinha da Tunísia, que receberão navios de busca e salvamento, câmaras térmicas, radares e outros equipamentos de vigilância, e as organizações não-governamentais prestam serviços no terreno, tais como a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

Não se sabe ao certo quanto dinheiro irá para cada uma delas. "Teremos diferentes parceiros de execução", disse um porta-voz da Comissão na sexta-feira à tarde.

Críticas ao acordo

Desde a sua , o acordo UE-Tunísia tem sido alvo de críticas intensas e de escrutínio mediático, com grande atenção aos direitos humanos.

A Tunísia, sob a liderança do presidente Kais Saied, tem sido repetidamente acusada de cometer abusos e expulsões coletivas de migrantes subsarianos, muitos dos quais foram encontrados abandonados no meio do deserto, perto da fronteira com a Líbia.

Saied fez comentários racistas sobre os negros africanos e falou de um "plano criminoso para mudar a composição da paisagem demográfica da Tunísia", palavras que ecoam a teoria da conspiração de extrema-direita conhecida como a "grande substituição".

Na semana ada, a Provedora de Justiça Europeia, Emilly O'Reilly, solicitou formalmente à Comissão que esclarecesse como é que o acordo irá garantir que as autoridades tunisinas respeitam os direitos fundamentais nas suas operações para reduzir os fluxos migratórios irregulares.

"A UE e a Tunísia concordaram em cooperar no pleno respeito dos princípios do direito internacional e da dignidade dos migrantes. Os contratos vão agora ser assinados. Mas, em termos gerais, os contratos da UE têm sempre cláusulas relativas aos direitos humanos", afirmou um porta-voz da Comissão, quando questionado sobre as garantias financeiras.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Dúvidas sobre eficácia de plano da UE para crise dos migrantes em Lampedusa

Provedora de Justiça Europeia pede informações sobre acordo UE-Tunísia

"Equilíbrio de poderes no Médio Oriente inclinou-se dramaticamente para Israel", diz analista