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O caso do novo grupo consultivo A Comiss\u00e3o Europeia foi tamb\u00e9m questionada sobre a inclus\u00e3o da Energias de Portugal (EDP), uma empresa energ\u00e9tica detida a 20% pelo Estado chin\u00eas, no grupo consultivo da Global Gateway. O executivo da UE est\u00e1 a seguir um plano de \u0022desarriscar\u0022 as suas cadeias de abastecimento e investimentos para reduzir as depend\u00eancias estrat\u00e9gicas em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 China. \u0022N\u00e3o existe qualquer crit\u00e9rio que impe\u00e7a uma empresa em que uma participa\u00e7\u00e3o minorit\u00e1ria possa ser detida por um pa\u00eds n\u00e3o europeu de integrar efetivamente o grupo consultivo empresarial\u0022, afirmou um porta-voz. O grupo consultivo empresarial inclui 60 empresas encarregadas de orientar a Comiss\u00e3o nos seus investimentos estrat\u00e9gicos. 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UE compete com China no investimento em países em desenvolvimento

A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, recebeu líderes e ministros de países parceiros em Bruxelas, a 25 de outubro, para o fórum Global Gateway
A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, recebeu líderes e ministros de países parceiros em Bruxelas, a 25 de outubro, para o fórum Global Gateway Direitos de autor Dati Bendo/ EU/Dati Bendo
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De Mared Gwyn Jones & Isabel Marques da Silva
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A UE anunciou uma série de novos acordos de investimento para infraestruturas em países em desenvolvimento, no âmbito de um fórum sobre o Global Gateway, o plano de parcerias do bloco para rivalizar com a Iniciativa "Uma Faixa, Uma Rota", da China.

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Os países em desenvolvimento precisam de milhares de milhões de euros de investimento em infraestruturas para melhorar as condições básicas de vida e a UE está a pôr dinheiro em cima da mesa, numa política que também visa aumentar a influência geopolítica do bloco no mundo.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, recebeu mais de 40 chefes de Estado e de governo  e ministros de países parceiros da UE, em Bruxelas, na quarta-feira, para o primeiro dos dois dias da cimeira, onde apresentou a UE como uma "melhor escolha" para o financiamento e a construção de infra-estruturas limpas.

Ursula von der Leyen afirmou que muitos podem oferecer dinheiro, mas a Europa está a fazê-lo com uma abordagem baseada em valores: "O Global Gateway consiste em dar aos países opções, melhores opções". 

"Porque, para muitos países em todo o mundo, as opções de investimento não são apenas limitadas, mas os contratos vêm com alíneas "em letra miúda" e um preço muito elevado. Por vezes, é o ambiente que paga o preço. Por vezes, são os trabalhadores que são privados dos seus direitos. Por vezes, trabalhadores estrangeiros são levados para lá. E, por vezes, é a soberania nacional que fica comprometida", acrescentou von der Leyen.

As novas iniciativas da UE incluem acordos sobre matérias-primas essenciais com a República Democrática do Congo e a Zâmbia e sobre hidrogénio verde com a Namíbia, bem como cooperação em matéria de energia de fronte renovável com o Bangladesh e o Vietname.

China já acelerou há uma década

A UE está a tentar recuperar o atraso com 300 mil milhões de euros até 2027, sabendo que a iniciativa chinesa "Uma Faixa, Uma Rota" já investiu um bilião de euros na última década.

Na semana ada, o presidente chinês, Xi Jinping, recebeu o presidente russo, Vladimir Putin, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, e representantes dos talibãs que estão no poder no Afeganistão para celebrar "Uma Faixa, Uma Rota".

Os críticos afirmam que o governo de Pequim está a seguir uma política de "diplomacia da armadilha da dívida", obrigando os países em desenvolvimento a ar níveis de dívida insustentáveis e aumentando a sua dependência estratégica da China. Mas 18 Estados-membros da UE, inlcuindo Portugal, também fazem parte da iniciativa chinesa.

Países como a Arménia, a Namíbia, a Mauritânia e o Senegal estiveram representados no fórum Global Gateway por chefes de Estado, enquanto a Albânia, o Bangladesh, o Egipto, a Geórgia e Marrocos estiveram entre os países representados pelos seus primeiros-ministros.

Mas os países da UE não conseguiram igualar o seu peso diplomático, com a Alemanha a enviar o seu secretário para o Clima e a França o seu secretário para o Desenvolvimento.

A Tunísia foi um dos países do Norte de África que não esteve representado no fórum, na sequência de uma polémica sobre um acordo de cooperação que levou a Tunísia a devolver 60 milhões de euros de fundos da UE e a proibir a entrada de funcionários da UE no seu território.

Em resposta à ausência da Tunísia, um porta-voz da Comissão Europeia afirmou que "com a Tunísia, em qualquer caso, continuamos a trabalhar ao abrigo do Memorando de Entendimento".

O Global Gateway é a proposta da UE para desenvolver infra-estruturas inteligentes e úteis e fazer outros investimentos nos países nossos parceiros. Isso não significa que seja dirigida contra qualquer outra entidade.
Comissão Europeia

O caso do novo grupo consultivo

A Comissão Europeia foi também questionada sobre a inclusão da Energias de Portugal (EDP), uma empresa energética detida a 20% pelo Estado chinês, no grupo consultivo da Global Gateway. O executivo da UE está a seguir um plano de "desarriscar" as suas cadeias de abastecimento e investimentos para reduzir as dependências estratégicas em relação à China.

"Não existe qualquer critério que impeça uma empresa em que uma participação minoritária possa ser detida por um país não europeu de integrar efetivamente o grupo consultivo empresarial", afirmou um porta-voz.

O grupo consultivo empresarial inclui 60 empresas encarregadas de orientar a Comissão nos seus investimentos estratégicos.

A Comissão também rejeitou a ideia de que o plano é uma resposta à iniciativa chinesa "Uma Faixa, Uma Rota".

"O Global Gateway é a proposta da UE para desenvolver infra-estruturas inteligentes e úteis e fazer outros investimentos nos países nossos parceiros. Isso não significa que seja dirigida contra qualquer outra entidade", afirmou um porta-voz da Comissão Europeia.

Embora o Global Gateway tenha sido aclamado como um plano ambicioso para aumentar os investimentos globais da UE em tecnologias limpas, um estudo sobre o programa apresentado esta semana ao Parlamento Europeu criticou o plano por não ter uma "ideia clara do funcionamento e da forma como podem participar nele".

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