A reunião tem lugar numa altura que os Estados Unidos anunciaram que tinham mediado uma trégua entre a Rússia e a Ucrânia no Mar Negro.
Os líderes mundiais vão reunir-se em Paris, na quinta-feira, para uma cimeira de alto nível sobre a segurança da Ucrânia e para lançar as bases para garantias de segurança a longo prazo.
De acordo com o Palácio do Eliseu, 31 países, incluindo membros da NATO e da UE, como o Reino Unido, o Canadá e a Noruega, deverão participar na cimeira. O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, já confirmou que estará presente.
Esta quarta-feira à noite, Macron irá receber o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy em Paris para um jantar de trabalho antes da cimeira.
"A França fará da prossecução e do reforço do apoio militar e financeiro à Ucrânia a sua principal prioridade", afirmou o Palácio do Eliseu num comunicado enviado à imprensa.
O que é a "coligação de interessados"?
O principal objetivo da cimeira é finalizar as garantias de segurança que as nações europeias estão dispostas a oferecer - incluindo a possibilidade de enviar tropas de manutenção da paz para o terreno na Ucrânia, ainda envolvida na invasão em grande escala da Rússia.
A França, o Reino Unido e a Ucrânia estão também a trabalhar na apresentação de um tratado de paz aos EUA, que será provavelmente discutido na quinta-feira.
Os países que concordarem com este acordo formarão uma "coligação de interessados".
A cimeira de quinta-feira ocorre num momento crucial, depois de os Estados Unidos terem anunciado a mediação de um cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia no Mar Negro.
As autoridades sas, no entanto, mantêm-se cautelosas. "Ainda há um longo caminho a percorrer", avisou o Palácio do Eliseu, descrevendo o acordo como um "primeiro o", mas insuficiente para um cessar-fogo duradouro.
Paris insiste que todos os esforços estão a ser conduzidos em plena coordenação com Washington. "Tudo isto está a ser feito em total transparência com os nossos parceiros americanos", afirmou o Eliseu, e Macron deverá informar o presidente dos EUA, Donald Trump, sobre os resultados da cimeira.
As tensões entre os EUA e a UE têm vindo a aumentar. Na terça-feira, os principais responsáveis pela segurança nacional de Trump expam o seu desdém pela Europa numa conversa de grupo ultrassecreta que foi divulgada quando um jornalista foi adicionado por engano à conversa.
"Partilho totalmente a vossa aversão ao aproveitamento europeu. É patético", disse o secretário da Defesa dos EUA, Pete Hegseth, deixando os funcionários da UE furiosos.
Quais são os principais pontos de discussão?
Um dos principais objetivos da cimeira é reforçar a ajuda à Ucrânia, devendo cada país participante indicar o que está disposto a fazer.
Outro objetivo será garantir um "cessar-fogo total", aceite pela Ucrânia, mas sobre o qual a Rússia ainda não se pronunciou.
Mas a França continua cética em relação às promessas russas. "Sabemos do tipo de engano e de manipulação de que a Rússia já se mostrou capaz", observou uma fonte do Eliseu.
Em terceiro lugar, apoiar a longo prazo o exército ucraniano como "primeira linha de defesa da Europa... para evitar novas agressões russas", disse a comitiva de Macron.
A questão mais sensível, no entanto, será a possível criação de uma "força de tranquilização".
Esta poderia implicar o envio de tropas de manutenção da paz, uma opção fortemente apoiada pela França e pelo Reino Unido.
A questão do envio de tropas de manutenção da paz é um tema espinhoso entre os 27 países do bloco, com países como a Itália e a Polónia a oporem-se a este resultado.