Na noite de quinta-feira, militares indianos e paquistaneses trocaram tiros de artilharia e de armas ao longo da Linha de Controlo. As tensões entre os dois países aumentaram, depois de um ataque na Caxemira istrada pela Índia ter matado 26 turistas.
As forças indianas e paquistanesas estiveram envolvidos numa intensa troca de tiros e bombardeamentos de artilharia durante a noite. Tudo aconteceu ao longo da fronteira contestada em Caxemira, fazendo pelo menos cinco mortos.
Na Caxemira istrada pelo Paquistão, o oficial da polícia local Adeel Ahmad informou que os fortes disparos de artilharia do lado indiano da Linha de Controlo mataram quatro civis e feriram outros 12.
A polícia indiana também confirmou que uma mulher foi morta e dois civis ficaram feridos.
Os militares indianos disseram que as tropas paquistanesas abriram fogo contra as suas posições utilizando artilharia, morteiros e armas automáticas em vários locais.
Os residentes afirmaram que os confrontos estenderam-se até à madrugada de sexta-feira. "Estamos habituados a ouvir a troca de tiros entre o Paquistão e a Índia na Linha de Controlo, mas a noite ada foi diferente", disse Mohammad Shakil, um residente de Chakothi, uma aldeia perto da fronteira.
Origem do aumento das tensões
O mal-estar entre os vizinhos com armas nucleares aumentou desde 22 de abril, quando 26 civis - na sua maioria turistas indianos hindus - foram mortos num ataque a um local popular na Caxemira istrada pela Índia.
A Índia acusou o Paquistão de apoiar os assaltantes, uma acusação que Islamabad nega firmemente.
A Índia lançou ataques aéreos na quarta-feira contra o que descreveu como posições de militantes dentro do território paquistanês.
As autoridades paquistanesas afirmam que os ataques mataram 31 civis e que as suas forças abateram cinco aviões de combate indianos.
Na quinta-feira, as duas nações acusaram-se mutuamente de efetuar ataques com drones. As alegações não puderam ser verificadas de forma independente.
Índia ordena bloqueio de contas na rede social X
O governo indiano ordenou o bloqueio de mais de 8000 contas de utilizadores na Índia, incluindo as de "organizações internacionais de notícias e outros utilizadores proeminentes".
A rede social X declarou que a diretiva equivalia a "censura de conteúdos existentes e futuros, e é contrária ao direito fundamental da liberdade de expressão".
O conflito crescente levou também a perturbações domésticas generalizadas no norte e no oeste da Índia.
Um jogo de críquete em Dharamsala foi abruptamente interrompido na quinta-feira à noite, com mais de 10 mil espetadores espetadores evacuados do estádio devido a receios de distúrbios, segundo um fotógrafo da Associated Press.
Vários estados indianos, incluindo Punjab, Rajasthan e Caxemira controlada pela Índia, ordenaram o encerramento de escolas e universidades durante pelo menos dois dias.
O Ministério da Aviação Civil da Índia também confirmou o encerramento temporário de 24 aeroportos devido a questões de segurança.
Numa altura em que os líderes mundiais apelam à contenção, o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, deu a entender que não tem nada que ver com uma eventual guerra entre a Índia e o Paquistão. "O que podemos fazer é tentar encorajar estas pessoas a reduzir um pouco a escalada, mas não nos vamos envolver no meio de uma guerra que, fundamentalmente, não nos diz respeito e não tem nada que ver com a capacidade da América de a controlar", em declarações à Fox News.