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FMI: Zona euro pesa sobre economia mundial

FMI: Zona euro pesa sobre economia mundial
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O Fundo Monetário Internacional (FMI) está preocupado com a crescente fragmentação da economia mundial.

Estados Unidos e Europa eliminaram em parte os riscos que pesavam sobre a economia planetária, mas continuam a ser fontes de preocupação. No relatório semestral “Perspetivas Económicas Mundiais, o organismo, sediado em Washington, acabou por baixar as previsões económicas para este ano. O crescimento será de 3,3%, menos duas décimas do que o avançado em janeiro.

Olivier Blanchard, economista chefe do FMI, explica que de duas velocidades, “a retoma faz-se agora a três ritmos diferentes. As economias emergentes e em vias de desenvolvimento crescem fortemente, mas o crescimento das economias desenvolvidas bifurcou entre os Estados Unidos e a zona euro”.

O crescimento dos Estados Unidos foi reduzido em duas décimas para 1,9% este ano (3% em 2014). Para o Japão, o FMI prevê 1,6% este ano e 1,4% no próximo. Já a zona euro será a única região do mundo em recessão em 2013.

A contração deverá ascender a 0,3%, destacando-se uma fragilidade mesmo das economias centrais, como a sa que deverá contrair 0,1% do PIB.

Nos mercados emergentes o crescimento deverá acelerar para 5,3%, contra 5,1% em 2012.

O FMI defende mesmo assim que perspetivas da economia mundial melhoraram graças aos progressos na redução dos défices nas economias desenvolvidas. Espera-se uma aceleração da retoma no segundo semestre de 2013.

A euronews evocou quais os desafios e as perspetivas da economia mundial com Carlo Cottarelli, diretor do departamento de Assuntos orçamentais do FMI.

euronews: Poucos países europeus podem estar satisfeitos com os défices e a meta de 3% do PIB parece impossível de atingir a curto prazo. Reduzir a dívida significa também baixar o crescimento. Como se pode superar esta contradição?

Carlo Cottarelli, FMI: É uma questão difícil. A austeridade orçamental é uma espécie de medicamento. Tem de se tomar, mas se for em demasia é mau. Tem de se tomar a quantidade certa e é esse o desafio que a Europa enfrenta: determinar qual a quantidade certa de austeridade orçamental. O que está a acontecer é que, em geral, o ritmo do ajustamento é o correto, mas a Europa precisa de desviar-se um pouco, deveria deixar de se focar em metas nominativas. A meta dos 3% tem de ser atingida, mas não tem de ser num ano preciso. Sobre isto, devo dizer que estou animado pelo facto da União Europeia ter mostrado alguma flexibilidade para casos específicos, permitindo aos países reduzir o ritmo de ajustamento quando é necessário”.

euronews: Nos Estados Unidos, diz que foi evitada uma forte contração orçamental, mas os políticos ainda não chegaram a um acordo. Como é que os Estados Unidos podem reduzir a dívida insustentável, sem esse acordo?

C. Cottarelli: Alguma coisa tem de ser feita a médio prazo, quer do lado da despesa quer do lado da receita. Infelizmente ainda não foi possível chegar a um acordo, a um consenso no Congresso, sobre um plano de ajustamento orçamental a médio prazo. No entanto, temos de manter em mente que mesmo na ausência de um plano, têm sido realizados cortes relativamente grandes, desde 2009, o défice dos Estados Unidos já foi bastante reduzido. Já baixou mais de 6% do PIB. O que se pode dizer é que este ano está a ser cortado muito depressa, porque o ajustamento do défice está a acontecer a uma velocidade que é um pouco elevada em comparação com o que está a acontecer na economia real norte-americana, a recuperação é bastante frágil.

euronews: Está otimista sobre o que parece ser a retoma dos mercados emergentes e das economias em vias de desenvolvimento?

C. Cottarelli: A economia mundial está a avançar a três velocidades diferentes. A maior é a verificada nos mercados emergentes, que foram menos atingidos pela crise de 2008/2009 do que as economias desenvolvidas. Isso contribuiu para o facto de que essas economias continuam a crescer. Temos de recordar-nos de que é apenas um processo de aproximação dessas economias, com um maior crescimento da produtividade e também de crescimento ao nível do emprego. Por isso, penso que o processo vai continuar e que as economias emergentes vão continuar a crescer a um forte ritmo a médio prazo.

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