O líder do GERB-UDF, Boiko Borissov, anunciou que não será o candidato a primeiro-ministro da sua coligação. A população búlgara anseia pela formação de um governo no país.
Quatro dias após as eleições legislativas na Bulgária, as esperanças num parlamento funcional parecem estar a diminuir. Esta quinta-feira, Boiko Borissov, o líder do GERB-UDF, anunciou que não será o candidato a primeiro-ministro da sua coligação.
Borissov fez os seus primeiros comentários prolongados depois do GERB-UDF ter obtido a maior percentagem de votos, 24,7%, nas eleições legislativas antecipadas de 9 de junho de 2024. Por ter obtido mais votos, nos termos da constituição, o GERB-UDF tem o direito de ser o primeiro grupo parlamentar a receber um mandato para formar governo.
O líder do GERB-UDF informou que convidou os líderes dos outros seis grupos parlamentares para conversações a 17 de junho sobre a formação de um governo. "Haverá um governo se o primeiro-ministro for do GERB. Eu não serei candidato, para que possamos acalmar as possibilidades de negociação", afirmou Borissov, citado pela imprensa local.
As últimas eleições legislativas na Bulgária ficaram marcadas por uma fraca afluência às urnas , que bateu um novo recorde negativo.
"É preciso dizer que os eleitores estão a ficar cansados de serem chamados às urnas. O resultado está à vista de todos. Registou-se um recorde de baixa participação e o aparecimento de sérias reivindicações anti-estabelecimento nos partidos que estarão presentes no próximo parlamento", afirmou Dobromir Zhivkov, sociólogo da Market Links, citado pela AP.
A grande supresa destas eleições foi a entrada no Parlamento de um novo partido nacionalista, intitulado de Velichie, que fez a sua campanha maioritariamente através das redes sociais.
"Uma coisa é certa: estamos a assistir a algo semelhante ao Brexit. O foco está nas mensagens para um público-alvo, pelo que nem toda a gente é importante, mas o foco está em indivíduos específicos, em pessoas que podem ser influenciadas. Todo o investimento é dirigido a uma parte específica da sociedade. Vimos o resultado do voto no estrangeiro. Outra coisa é de onde vem esse apoio", diz o cientista político Rosen Stoyanov.
De acordo com a AP, a população búlgara espera que, após uma série de eleições antecipadas, seja formado um governo, independentemente das figuras políticas que este inclua.
"Muitas pessoas perderam a fé de que alguma coisa vai mudar. Até certo ponto, eu também a perdi", disse um cidadão búlgaro, citado pela AP, acrescentando que espera que “haja novas eleições”.
As hipóteses de formação de um governo num futuro próximo não parecem ser promissoras. Segundo os meios internacionais, os especialistas não excluem a possibilidade do país ser confrontado em breve com eleições antecipadas.