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Israel diz à UE que exerça pressão “onde deve ser” depois de Bruxelas decidir rever laços comerciais

A Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas
A Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas Direitos de autor SIERAKOWSKI FREDERIC/
Direitos de autor SIERAKOWSKI FREDERIC/
De Mared Gwyn Jones & Jorge Liboreiro
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A maioria dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia apoiou uma proposta neerlandesa para rever os laços do bloco com Israel devido às suas acções em Gaza.

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A União Europeia vai rever o seu amplo acordo de comércio e cooperação com Israel, devido à intensificação da ofensiva na Faixa de Gaza e ao facto de não ter levantado totalmente o bloqueio à ajuda humanitária que dura há dois meses.

A decisão foi tomada na terça-feira, depois de 17 dos 27 ministros dos Negócios Estrangeiros do bloco terem apoiado a iniciativa, apresentada no início do mês pelo ministro neerlandês dos Negócios Estrangeiros, Caspar Veldkamp, do Acordo de Associação UE-Israel, um pacto de âmbito alargado que define as relações comerciais e diplomáticas entre as duas partes.

"É evidente que existe uma forte maioria a favor de uma revisão do artigo 2.º do Acordo de Associação com Israel", afirmou a Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas, aos jornalistas em Bruxelas.

"Vamos proceder a essa revisão e, entretanto, cabe a Israel libertar mais ajuda humanitária".

O artigo 2º estabelece que as relações "devem basear-se no respeito pelos direitos humanos e pelos princípios democráticos, que orientam a sua política interna e internacional e constituem um elemento essencial do presente acordo".

Israel respondeu ao anúncio de Kallas ainda na terça-feira. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Oren Marmorstein, divulgou uma declaração na plataforma social X, na qual explica a sua rejeição da premissa da decisão da UE de rever os seus laços com Israel.

Marmorstein sublinhou que Israel está numa posição defensiva numa guerra “que foi imposta a Israel pelo Hamas”. E recordou ainda À UE que o governo israelita aceitou inúmeras propostas dos EUA para um cessar-fogo e acordos de troca de reféns, recusados pelo Hamas.

"Ignorar estas realidades e criticar Israel apenas endurece a posição do Hamas e encoraja-o a manter-se firme. Os recentes elogios do Hamas a este tipo de críticas são uma indicação clara deste facto e têm como resultado o prolongamento da guerra", afirmou Marmorstein.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros criticou igualmente a UE por ignorar as recentes iniciativas dos EUA e de Israel no sentido de permitir o fluxo de ajuda para o enclave, elogiando simultaneamente outros países que reconhecem “esta realidade” e mantêm o seu apoio a Israel.

Marmorstein indicou ainda que Israel continua aberto a discussões com representantes da UE e dos seus Estados-membros para resolver a questão, e terminou a declaração ordenando a Bruxelas que exerça pressão “onde deve ser - sobre o Hamas”.

A UE é o maior parceiro comercial de Israel, com uma relação comercial avaliada em mais de 45 mil milhões de euros por ano.

A Irlanda e a Espanha apresentaram pela primeira vez a perspetiva de reabrir o Acordo de Associação numa carta ainda sem resposta dirigida à Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, há 15 meses, mas não conseguiram obter o apoio firme de nenhum outro país da UE.

Mas a iniciativa ganhou novo ímpeto nas últimas semanas, quando os Países Baixos, considerados um firme aliado de Israel, afirmaram que o "bloqueio humanitário" de Israel a Gaza, onde uma quantidade limitada de bens essenciais entrou pela primeira vez em mais de onze semanas, na segunda-feira, constitui uma "violação do direito humanitário internacional" e, por conseguinte, do artigo 2.

Nove Estados-membros - Bélgica, Finlândia, França, Irlanda, Luxemburgo, Portugal, Eslovénia, Espanha e Suécia - apoiaram publicamente a proposta dos Países Baixos antes da reunião de terça-feira dos ministros dos Negócios Estrangeiros.

A Áustria, a Dinamarca, a Estónia, Malta, a Polónia, a Roménia e a Eslováquia também apoiaram a revisão na terça-feira, de acordo com fontes diplomáticas.

A Bulgária, a Croácia, Chipre, a Chéquia, a Alemanha, a Grécia, a Hungria, a Itália e a Lituânia foram contra, enquanto a Letónia se manteve "neutra", disseram as fontes.

Outra proposta para aumentar a pressão sobre Israel, introduzindo novas sanções contra os colonos israelitas responsáveis pela violência na Cisjordânia, foi apoiada por 26 dos 27 Estados-membros, mas vetada pela Hungria.

A ministra sueca dos Negócios Estrangeiros, Maria Malmer Stenergard, sugeriu que iria mais longe e "pressionaria a UE a impor sanções a ministros israelitas individuais".

Na terça-feira, o Reino Unido suspendeu as negociações comerciais e convocou o embaixador israelita devido ao que descreveu como a ofensiva "intolerável" em Gaza.

A posição da UE sobre a guerra entre Israel e o Hamas em Gaza, desencadeada pelos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, sempre esteve profundamente dividida.

O antigo Alto Representante da UE, Josep Borrell, apresentou pessoalmente a perspetiva de suspender as relações com Israel em novembro, o que acabou por levar à convocação de uma reunião à porta fechada entre o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita e os seus homólogos da UE.

Nessa reunião, presidida pela sucessora de Borrell, Kaja Kallas, os apelos à revisão do artigo 2.º foram completamente silenciados, uma vez que estava em vigor um cessar-fogo em Gaza.

O bloqueio de onze semanas à entrada de ajuda parece ter espoletado uma mudança de pensamento entre os 27.

A decisão de Israel de autorizar a entrada de um número limitado de camiões no enclave é "bem-vinda", mas não a de uma "gota de água no oceano", afirmou a diplomata Kaja Kallas.

"A ajuda deve fluir imediatamente e em grande escala", afirmou Kallas.

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