Bruxelas negoceia com a Casa Branca, mas como gerir a incerteza e as constantes alterações impostas por Trump? E como lidar com a Polónia?
Esta semana, Luisa Gradim Santos, vice-diretora-geral da Business Europe, Francisco Assis, eurodeputado do PS, e Monica Vicente Cristina, diretora da Weber Shandwick na Bélgica, debatem com Mariana Mira Correa os temas das tarifas de Trump, Polonia e linguas regionais.
A vice-diretora-geral da Business Europe alerta para os efeitos negativos no investimento das empresas e famílias no aumento das tarifas decretadas por Donald Trump, para várias regiões do mundo e também para a União Europeia. “A relação transatlântica é baseada, sobretudo, em investimentos. A grande parte do comércio é entre empresas e, quando se está a aumentar as tarifas, está a penalizar os investimentos. Por isso é que somos críticos deste aumento das tarifas.”
Luisa Gradim Santos destaca a relevância de diversificação de mercados e de dependências económicas para a UE: “Nós devíamos estar a discutir como eliminar tarifas para criar mais oportunidades de investimento e de emprego. Enquanto se tenta chegar a acordo, é também importante a estratégia de diversificação comercial com o Mercosul, Ásia e outros mercados.”
Francisco Assis, eurodeputado socialista, defende a atitude sensata de Bruxelas perante a inconstância de Washington: “A União é crítica em relação aos EUA, quando o ideal seria a criação de uma zona de comércio livre (antiga proposta de Obama), mas a UE não quer promover uma escalada, se entrarmos num processo de aplicação e contra aplicação de tarifas porque isso terá consequências muito negativas para as economias dos dois lados do Atlântico.”
Neste debate da Euronews, Mónica Vicente Cristina, directora da Weber Shandwick na Bélgica e membro do Conselho da Diáspora Portuguesa, sublinha que a economia já está a sentir o efeito da incerteza causada pela turbulência de Donald Trump: “as empresas estão a hesitar se fazem ou não investimentos. A UE deve continuar a ser firme na mensagem de que as tarifas não são boas para nenhum dos lados. E as empresas devem agora planificar melhor, gerindo o impacto das tarifas.”
Em destaque também o pós-eleições presidenciais na Polónia e ainda o significado do chumbo europeu a proposta do governo espanhol de aumentar o número de línguas regionais na União Europeia.