Esta semana, debatemos a politica de migração da UE e os desafios de Portugal, nos 40 anos da do tratado de adesão, com testemunho do antigo presidente da Comissão Europeia, J.M. Durão Barroso
“Tem havido vários alertas de que o país vai deixar de ter tantos apoios nas políticas agrícola e de coesão e vai ter de redefinir prioridades para a defesa, por exemplo. O país está a tentar que as novas prioridades não afetem as políticas estruturais”, alerta Ana Matos Neves, jornalista da agencia Lusa.
No balanço das quatro décadas de integração europeia, a chefe da delegação da Lusa em Bruxelas destaca: “Nestes 40 anos, a relação entre Lisboa e Bruxelas nem sempre foi pacífica como, por exemplo, no período de austeridade da troika, em que Bruxelas era vista como o polícia mau porque tínhamos de apertar o cinto, mas a opinião pública hoje é das mais favoráveis ao projeto europeu.”
Antonio Maria Ferrari, assessor de comunicação da ONU em Bruxelas, afirma: “É inegável darmos conta da evolução extraordinária que o país viveu nos últimos 40 anos. A esperança média de vida aumentou dez anos, o PIB per capita mais do que quintuplicou, a taxa de desemprego tem vindo a cair. Os portugueses vivem melhor, mas nem tudo é um mar de rosas.”
Isabel Marques da Silva, jornalista da Euronews, escolhe outro ângulo para analisar os 40 anos da adesão de Portugal à CEE: “O que é que a UE ganhou com Portugal? Beneficiou da liderança política e agilidade diplomática, com Durão Barroso na Comissão ou agora com António Costa no Conselho; as quatro presidências da União foram sempre consideradas muito bem sucedidas: a relação com África e América do Sul; há imensas coisas que Portugal também ajudou a UE e as suas políticas.”
Mas, acrescenta, “É chocante que os salários em Portugal sejam tão baixos e deveria ter sido feito muito mais nas infraestruturas, além das auto-estradas, como o TGV que nunca mais chega.”
Em debate, esta semana, os acontecimentos recentes nos Países Baixos e o impacto nas políticas de migração e asilo da União. E ainda a política europeia para os mais de 4 milhões de refugiados da Ucrânia, quando o conflito com a Rússia não tem fim à vista.